Recebi nesta semana minha cópia do DVD de Avatar, reservado na pré-estréia. Trata-se de uma versão simples, sem extras. Não assisti à versão no cinema, apenas li as inúmeras críticas, boas e ruins, ao filme de James Cameron. Mas decidi deixar isso de lado e vê-lo com os próprios olhos. Ainda bem.
Do ponto de vista técnico e de produção é uma das obras mais belas e competentes da história do cinema. A direção de arte é soberba. É estonteante ver que as cenas na terra dos Na'Vi são inteiramente renderizadas e/ou compostas digitalmente. Mesmo em termos de enquadramento e dinâmica de câmera o filme inova: zooms rápidos, "chicotes" e travellings que acompanham animais correndo são perfeitos. E os personagens, animados utilizando-se a técnica do "motion capture" (que captura digitalmente até mesmo os movimentos mais sutis do rosto) nos passam beleza e sensualidade, como a bela Na'Vi Neytiri (interpretada por Zoë Saldana).
Já a história é simples e direta, e acaba sendo apenas um suporte para todo este trabalho visual. Uma mineradora em um planeta de Alfa Centauro busca um material raro, o Unobtanium, e sua maior reserva fica abaixo de uma árvore sagrada para os Na'Vi. A mineradora RDA inicialmente tenta por vias pacíficas uma negociação com os Na'Vi, através do ex-marine paraplégico Jake Sully (Sam Worthington), transformado em um avatar. Mas Sully envolve-se emocionalmente com os Na'Vi, falha em sua missão, e a RDA decide que seu exército particular, formado por mercenários e comandado pelo coronel linha-dura Quaritch (Stephen Lang) deve mandar bala. Os Na'Vi, através de sua conexão com uma deusa holística chamada Eywa, tentam defender-se.
Grande parte das críticas recebidas por Avatar são meio botocudas, e dirigidas a elementos que sequer estão presentes no filme. Não há nenhuma crítica ao "militarismo" ou ao "imperialismo" (!) dos EUA; em nenhum momento o filme cita os Estados Unidos ou associa as atividades da mineradora a um país em particular -- apenas fala-se na raça humana vinda de um planeta moribundo. A única crítica feita por Cameron é dirigida à exploração indiscriminada dos recursos naturais, representada pela RDA e suas gigantescas máquinas de mineração.
No mais, ecologismos à parte, trata-se de um filme visualmente belíssimo e com muita ação. Um grande filme de fantasia. Para quem gosta do gênero e ainda não viu, eu recomendo. Se não gosta ou se é um mal-humorado crônico, é simples: não assista.
5 comentários:
Cláudio, gostei de sua crítica. Imparcial. Também não assisti no cinema, apesar de todo o "auê", mas depois de ler seus comentários fiquei curioso. Valeu!
Também gostei muito da sua crítica Claudio, mas mais ainda, o áprte para os mal humorados crónicos! ahahahahahah essa está demais! ainda bem que sou bem humorada!
Já saiu há meses cá em Portugal e ainda não fui ver... depois de ler isto terei de ir mesmo!
Obrigada Claudio e um beijo para você. :))
O seu blogue é um espanto.
Helena, mal-humorados crônicos não gostam de fantasia, pois não têm lá muita imaginação. Fazer o quê...
Abraço e volte sempre!
Amigo Claudio,
Não sou mal humorado e até gosto de alguma fantasia. No presente caso como não vi o filme não posso nem devo pronunciar-me mas só digo uma coisa e por aí me fico "nem 8 nem 80"! Tudo tem a sua medida e já vi coisas com tanta fantasia que quando de lá saí e pensando no que acabei de ver cheguei à conclusão que nada me disse e fico frustrado...
Neste caso aguçou-me o intersse em ver.
Umabraço amigo.
Olá, Luís. É uma boa diversão, apenas isso.
Obrigado e volte sempre!
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